Infelizmente recebo muitas mensagens sobre professores competindo. E eu me pergunto: pelo o quê? Será que de fato vale a pena? Porque eu acho que não...
Nas instituições em que trabalhei como professora, era trabalhado e difundido a cultura da paz. E aqui já temos um ponto importante, tudo parte da cultura da escola. Se ela semeia a cooperatividade, diálogo e união, os professores se alinharão a esses valores.
Um dos grandes malefícios da competitividade na escola é a intriga que pode ser criada entre os professores. Em busca de destaque, alguns acabam ficando inimigos por pensarem que só há espaço para um deles ali dentro. Esse tipo de situação acaba criando um “clima” que, se não for revertido a tempo, pode comprometer significativamente o clima organizacional, tornando o ambiente tenso e desagradável.
Outro tipo de malefício é a falta de sincronia. Normalmente, professores competitivos entre si preferem focar em suas atividades individuais como forma de fazer o seu trabalho aparecer mais e levar os créditos.
A competição acirrada e irracional retira a sincronia da escola, e os torna pessoas individualistas que não sabem aproveitar a oportunidade de trabalhar de maneira coletiva.
Mas então, como lidar com esses professores?
Aqui primeiramente cabe uma ação da direção da escola para melhorar a comunicação, fornecer feedback constantemente e estimular um bom clima organizacional, através de confraternizações e demais reuniões.
Como professor você pode seguir essas dicas:
Dê um bom exemplo. Às vezes, a melhor medida é ser a mudança que você quer ver no ambiente. É claro que essa tarefa é difícil, mas não é pior do que ter que passar raiva calado e precisar espairecer no banheiro. Tente estabelecer um novo padrão de comportamento modificando a sua forma de agir.
Use uma linguagem inclusiva: troque o “eu” pelo “nós”.
Evite reagir a demonstrações de competição com arrogância ou inveja.
Devolva a competitividade com compaixão sempre que possível. Cabe a você escolher entre reagir de uma forma positiva ou com mais disputa e na defensiva.
Mantenha o seu coordenador informado sobre o seu trabalho. Independentemente do que foi dito abertamente, não hesite em elencar as suas contribuições em uma conversa particular.
Limite o contato. Se possível, tente minimizar o contato com a pessoa. Para isso, não é preciso fugir dela ou evitá-la totalmente, mas se o comportamento hostil e negativo for uma constante, prefira trocar palavras somente quando necessário.
Dicas finais:
Incorpore técnicas de comportamento assertivas na sua comunicação.
Tente entender o lado da pessoa. Talvez ela só faça essas coisas por se sentir muito insegura ou ameaçada. Tente se colocar no lugar dela e compreender.
Se a situação só piorar depois de uma abordagem sem confrontos, pode valer a pena mudar a estratégia e encarar a pessoa, questionando o comportamento dela ou denunciando as suas ações ao seu coordenador.
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